Mestre Gato (BA) nos disse, em
1996, sob o sol de Itapuã:
"O Miudinho, de Suassuna,
é... ...é a Angola jogada mais
rápido!"
Mestre Brasília: "O Miudinho... é
a Capoeira! Mestre Canjiquinha
também tinha um jogo assim,
esse jogo-de-dentro
todo "suingado" e ligeiro. Isso é
a Capoeira!"
Mestre Suassuna: "O jogo do
miudinho gerou polêmica,
porque está sendo mal
interpretado. O pessoal está
achando que é uma nova
capoeira e não é nada disso. Eu
simplesmente resgatei uma
capoeira antiga, modernizei a
maneira de jogá-la, mudei as
seqüências... O nome miudinho
surgiu porque eu estava
observando que os capoeiristas
estavam jogando muito longe um
do outro e na nossa época a
gente jogava bem pertinho;
então, eu falava para o pessoal:
'eu quero o jogo mais miúdo,
mais dentro, joga bem
miudinho'. Então, eu criei um
toque no berimbau. O miudinho
não é uma capoeira nova; é uma
maneira diferente de se mostrar
a capoeira. Assim como existe o
jogo de Iuna, o jogo de São
Bento Grande, existe o jogo de
Miudinho."
Uma coisa é inegável: o fato de
que há algo aí, há um certo estilo
de jogo característico, com toque
específico, conhecido por
Miudinho, cantado em prosa e
verso por baianos e paulistas,
jogado pelos "meninos de
Suassuna", e cada vez ganhando
mais adeptos e admiradores...
É preciso refletir um pouco sobre
a história recente da Capoeira
para compreender o que significa
o Miudinho
e o que dele dizem mestres como
Brasília, Gato (BA), Acordeon,
Decânio,ou o próprio Suassuna,
criador do estilo;
Nascidos e crescidos em um
círculo capoeirístico para o qual
"a Capoeira é uma só, e quem
comanda o jogo é o toque do
berimbau", acostumados a jogar
nas mais tradicionais rodas de
Salvador - as dos Mestres Bimba,
Pastinha, Waldemar, Gato,
Caiçara, Traíra - estes mestres,
como tantos outros de sua
geração, sempre quiseram
sinceramente ver suplantada a
grande divisão que aos poucos se
sedimentava - a divisão entre as
capoeiras Angola e Regional...
Nas décadas de 1970 e 1980, a
capoeira atravessou o período de
sua grande expansão, a "Grande
Diáspora" a que se referem alguns
dos filhos daquelas rodas. A
capoeira espalhou-se, de forma
vertiginosa, pelo país inteiro, e daí
para o mundo. Benefícios houve,
inegavelmente, como o da
inserção da capoeira nos
currículos de educação física de
universidades e escolas de
primeiro e segundo graus; o
desenvolvimento das
metodologias de ensino; o
crescente reconhecimento social
da capoeira e, conseqüentemente,
a ampliação dos mercados
potenciais de trabalho; a aplicação
da capoeira em trabalhos de
grande valor social, como a
adaptação de deficientes físicos e
mentais, a reintegração de
crianças e jovens marginalizados,
a capoeira para a "terceira idade",
as aplicações na fisioterapia. Ao
lado dos benefícios, vieram
também os prejuízos - as
desfigurações, ou pelas
deficiências de formação de
jovens "mestres", ou pela
exacerbação da agressividade,
descambando para a violência.
Durante esse período, Mestre
Suassuna, sempre atento à
evolução das coisas, e preocupado
com as desfigurações da arte-luta,
terminou por elaborar (com a
colaboração de alguns de seus
discípulos formados) seqüências
de treinamento que fixavam e
preservavam o que havia de mais
precioso em toda a movimentação
da capoeira que viveu, viu e
ensinou durante sua vida. Na
década de 1990, passou estas
seqüências (eram por volta de 12
seqüências individuais, e 2 de
conjunto) a seus mais novos
alunos. Alguns destes jovens já
começam a ser bem conhecidos
no mundo da capoeira: Boca-Rica,
Habibs, Kibe, Mintirinha, Muriel,
Wagner (Saroba), Denis, Taturana,
Coruja, entre outros, donos de
uma capoeira rica, vigorosa,
bonita de encher os olhos.
1996, sob o sol de Itapuã:
"O Miudinho, de Suassuna,
é... ...é a Angola jogada mais
rápido!"
Mestre Brasília: "O Miudinho... é
a Capoeira! Mestre Canjiquinha
também tinha um jogo assim,
esse jogo-de-dentro
todo "suingado" e ligeiro. Isso é
a Capoeira!"
Mestre Suassuna: "O jogo do
miudinho gerou polêmica,
porque está sendo mal
interpretado. O pessoal está
achando que é uma nova
capoeira e não é nada disso. Eu
simplesmente resgatei uma
capoeira antiga, modernizei a
maneira de jogá-la, mudei as
seqüências... O nome miudinho
surgiu porque eu estava
observando que os capoeiristas
estavam jogando muito longe um
do outro e na nossa época a
gente jogava bem pertinho;
então, eu falava para o pessoal:
'eu quero o jogo mais miúdo,
mais dentro, joga bem
miudinho'. Então, eu criei um
toque no berimbau. O miudinho
não é uma capoeira nova; é uma
maneira diferente de se mostrar
a capoeira. Assim como existe o
jogo de Iuna, o jogo de São
Bento Grande, existe o jogo de
Miudinho."
Uma coisa é inegável: o fato de
que há algo aí, há um certo estilo
de jogo característico, com toque
específico, conhecido por
Miudinho, cantado em prosa e
verso por baianos e paulistas,
jogado pelos "meninos de
Suassuna", e cada vez ganhando
mais adeptos e admiradores...
É preciso refletir um pouco sobre
a história recente da Capoeira
para compreender o que significa
o Miudinho
e o que dele dizem mestres como
Brasília, Gato (BA), Acordeon,
Decânio,ou o próprio Suassuna,
criador do estilo;
Nascidos e crescidos em um
círculo capoeirístico para o qual
"a Capoeira é uma só, e quem
comanda o jogo é o toque do
berimbau", acostumados a jogar
nas mais tradicionais rodas de
Salvador - as dos Mestres Bimba,
Pastinha, Waldemar, Gato,
Caiçara, Traíra - estes mestres,
como tantos outros de sua
geração, sempre quiseram
sinceramente ver suplantada a
grande divisão que aos poucos se
sedimentava - a divisão entre as
capoeiras Angola e Regional...
Nas décadas de 1970 e 1980, a
capoeira atravessou o período de
sua grande expansão, a "Grande
Diáspora" a que se referem alguns
dos filhos daquelas rodas. A
capoeira espalhou-se, de forma
vertiginosa, pelo país inteiro, e daí
para o mundo. Benefícios houve,
inegavelmente, como o da
inserção da capoeira nos
currículos de educação física de
universidades e escolas de
primeiro e segundo graus; o
desenvolvimento das
metodologias de ensino; o
crescente reconhecimento social
da capoeira e, conseqüentemente,
a ampliação dos mercados
potenciais de trabalho; a aplicação
da capoeira em trabalhos de
grande valor social, como a
adaptação de deficientes físicos e
mentais, a reintegração de
crianças e jovens marginalizados,
a capoeira para a "terceira idade",
as aplicações na fisioterapia. Ao
lado dos benefícios, vieram
também os prejuízos - as
desfigurações, ou pelas
deficiências de formação de
jovens "mestres", ou pela
exacerbação da agressividade,
descambando para a violência.
Durante esse período, Mestre
Suassuna, sempre atento à
evolução das coisas, e preocupado
com as desfigurações da arte-luta,
terminou por elaborar (com a
colaboração de alguns de seus
discípulos formados) seqüências
de treinamento que fixavam e
preservavam o que havia de mais
precioso em toda a movimentação
da capoeira que viveu, viu e
ensinou durante sua vida. Na
década de 1990, passou estas
seqüências (eram por volta de 12
seqüências individuais, e 2 de
conjunto) a seus mais novos
alunos. Alguns destes jovens já
começam a ser bem conhecidos
no mundo da capoeira: Boca-Rica,
Habibs, Kibe, Mintirinha, Muriel,
Wagner (Saroba), Denis, Taturana,
Coruja, entre outros, donos de
uma capoeira rica, vigorosa,
bonita de encher os olhos.